domingo, 26 de julho de 2009

Um show à parte

Aos que andam me cobrando mais posts, sorry! Londres está me consumindo. Ando na correria de sempre e agora parece que ela está um pouco pior. Como havia dito antes, o tempo aqui não passa, ele voa. E devido ao cansaço, sempre que podemos estamos dando uma dormidinha até mais tarde. Além de treinar nosso inglês no living room com os amigos da residência após o jantar ou do café da manhã nos fins de semana. Estamos formando um grupo grande por aqui. Já saimos juntos na sexta (só as mulheres da Chester House) e ontem, pra fazer um picnic no parque. O post de hoje é um show à parte e tem uma razão: indignação (ou choque, decepção ou seja lá que nome leva um sentimento pós-show em um país de uma cultura completamente diferente da sua). Hoje é domingo. Acabamos de chegar do show da Madeleine Peyroux (Vanessinha!!! Tenho absoluta certeza de que é você quem aaaama suas músicas. Tô certa?) em Camdem Town. Felizes e sorridentes, eu, Ludi e Mari conseguimos entrar no iTunes LIVE London Festival´09 , um festival free que está tendo por aqui com bandinhas menos conhecidas (e outras conhecidas como Oasis, Mika, a-ha, Placebo, etc.). Isso é bem comum por aqui. Para entrar, basta se cadastrar no site e retirar seu e-ticket free pela net. Nós, como todo bom brasileiro, claro, não fizemos isso e fomos tentar a sorte na fila. E não é que conseguimos entrar? Foi fácil. Fácil até demais, diga-se de passagem. O show da noite começou com uma bandinha boa de Dublin, chamada Imelda May (um estilo Rockabilly muito bom). Super contentes, cantamos, dançamos e tiramos fotos dessa bandinha super legal (ahhh! A primeira indignação da noite tem uma dona: Mariana. Ela nunca estava andando com sua máquina profissa por aqui, por causa do peso e, hoje, para fotografar o show, levou-a na sua mochila. Quando tirou-a para testar a luz, antes do show começar, o segurança com olhos de águia veio em sua direção dizendo que ela não poderia tirar fotos, já que ela não tinha se cadastrado para tal finalidade. Então, ela teve que descer e pagar 1 pound para guardar a máquina no guarda-volumes do estabelecimento. Tadinha. Ficou P da “Vida”, a Mariana Vida). De repente, em homenagem aos Beatles (por causa da famosa rua de Londres, a Abbey Road ( que por sinal é a que irei morar e a Ludi já mora) ela começa a cantar Oh, Darling ( Sá!! A nossa música de infância e de longe a que mais amo dos Beatles). Piramos. Cantamos em alto e bom som e percebemos alguns olhinhos meio tortos pra gente em meio a plateia. Até aí tudo bem. Ok! Intervalo. Uma passeadinha pra tomar um ar e ida ao banheiro. Madeleine Peyroux toma o palco do estabelecimento. Pra quem não conhece, ela canta um jazzinho muito do bom (pra quem gosta de Billie Holiday, Nina Simone, Ella Fitzgerald como eu, é perfeito. Ela até fazia covers com músicas dessas cantoras) e até uma música dela que não me lembro qual já fez parte da trilha sonora de uma das nossas novelas, que não consigo me lembrar qual é também. Eis que começa o show. As três brasileiras insanas em meio a tão excelente espetáculo, e free, ainda por cima, se empolgam. E comentam e cantam e dançam. Percebemos que as pessoas da plateia simplesmente não se mexiam. Não se moviam. Estavam paralisados, como múmias em filme de Faraós. "Oh, God! Tem algo de muito errado por aqui", pensamos. De repente, depois de muitos olhares tortos de uma loira na nossa frente, essa mesma figura (repetida) resolve apelar e manda longo um Shhhhhhhhiu! pra trás. Genteeee! Ei! Isso aqui é um show ou um saral da terceira série do filho mais novo da minha tia? Minha genteeee. Quer ficar quetinho, quer? Vai comprar um DVD e ouvir a letra da música deitado no sofá, “peloamordeDeus”. Nesse frio, perde seu tempo não minha filha. Fica em casa, ô gente!!!! A Ludi cantando a primeira música um pouco alto, levou uma olhadela da mulher-mosntro (nunca vi mais feia) da frente e teve que soltar um sonoro Sorry! Sorry porque, pessoas. Bando de gente doidaaaaa. Eu, hein? Não estávamos nos aguentando. Incabuladas, deixamos de prestar atenção no maravilhoso jazz de Madeleine cantava e passamos a filosofar sobre a cultura alheia: “deve ser por isso que os cantores gostam de fazer show no Brasil”, suspirou Mariana. De repente as pessoas bateram palma, a loira aguada riu bem alto e Mariana se libertou: Shiuuuuuuuuuuuuu! e pagou com o mesmo pound, ou trocando em miúdos, com a mesma moeda. Putz! A loira, super inglesa-educada disse em sua língua maravilhosa e universal “quando faço assim, não é querendo ser chata, é porque quero ouvir a música”. Daí soltei um português beeem central ali de Minas, em alto e bom som pra ouvir (e não entender, of course): nossa! Você tem que ir em algum show no Brasil pra ver que legal que é” e ela, encabuladíssima, fez um anhan. okay, okay olhou pra sua amiga com cara de desintedida e virou pra frente. Deus! Foi a segunda vez aqui em Londres que ri da barriga doer. Foi extremamente engraçada a cena. Eu falei sem querer aquilo. Saiu. Como um passarinho da gaiola quando vê sua porta aberta. Só estando lá pra vocês verem aquilo. De repente, ficamos as três em meio a um vácuo gigante. As pessoas em nossa volta, foram saindo aos poucos porque não conseguíamos deixar de lado a nossa indignação, e falávamos, falávamos e riámos e riámos. Madeleine Peyroux tinha morrido, estávamos em seu enterro e não sabíamos. Pra que ir a um show desses se não pode cantar, dançar, levantar as mãos, fazer comentários sobre a luz do cenário, o cabelo ou o chapéu da cantora, sobre a performance do baixista, a acústica do ambiente ou a preciosidade do cenário? E respirar? Podia pelo menos? Foi demais! Talvez seja o tipo de música, mas minha gente, esse tipo de música em minha cidade é tocada em um Teatro, tal como Palácio das Artes, com cadeiras numeradas, ou no Chevrolett Hall, com mesas compradas e, mesmo assim, as pessoas respiram e CURTEM o show. Fico pensando no artista. Na tamanha falta de educação e respeito em não demonstrar gosto pelo que ele faz no show, pelas preciosidades daquele momento único que não voltarão nunca mais. Lembrei-me da minha aula de Estética e Cultura de Massa na faculdade, quando meu professor dizia que expressão da arte era o show de um artista e não supostamente a regravação desse show em um CD, ou DVD. Isso é viver outra cultura. Até posso entender a forma como as pessoas gostam de viver, ou ver ou sentir as coisas a seu modo. De acordo com as regras, leis, normas e os hábitos de seu país e de seu povo. Posso ser punida por infrigir essas leis e normas, devo respeitá-las, afinal, não estou no meu país (e mesmo que estivesse), mas não posso ser punida por querer expressar, à minha maneira, o meu gosto, a minha paixão ou a minha idolatria por uma música, um ator, um filme, ou seja lá que "diabo" for (isso dá uma discussão e tanto, digna de horas a fio em uma manhã de trabalho na Doppia hahaha). Qual o limite? Não sei. Só sei que agora, mais uma vez, terei que concordar com Amyr Klink: quanto valor dou à minha pátria, à minha língua, genteee! Hoje posso dizer que, definitivamente, um show de Madeleine Peyroux em Belo Horizonte deve ser infinitamente mais divertido e caloroso do que em Londres. Educação do povo inglês? Amor pela arte? Idolatria? Seja lá o que for que eles sentem por ela e sua música, hoje, depois desse showzinho à parte, vou é dormir. E com muuuita, mas muuuuita saudade do tal do jeitinho brasileiro de ser.

E é assim, “minha gente” (jargão de minha querida amiga Rê): vivendo e aprendendo (em) Londres. Cada dia mais...


PS: já fomos a um parque aqui fazer picnic.Ontem. O dia estava lindo e estava calor. É lindo. Como em um filme, pais e crianças brincando de baseball na grama, pessoas deitadas com toalhas e muitas comidas no centro. E na sexta aconteceu uma coisa realmente engraçada. Saímos pra procurar a firma de emprego pra nos cadastrar (você deixa seu nome, faz um curso free de garçonete e está pronta pra ser chamada caso surja algo de interessante pra você) mas, não achávamos a portinha do lugar.A Ludi só nos falou onde que era e rodamos como peru e não achamos. A Mariana pegou o telefone e ligou pra saber como fazíamos pra chegar. Sem se preparar ela falou com o moço que, do outro lado da linha, deu uma dica pra ela: acho que não tem emprego pra você. Você não sabe falar inglês ainda ( visto que ela ficou bem nervosa e se embolou toda na língua). Melhore mais um pouco e volte a me ligar na outra semana. Percebi aquela cara comprida (como diz minha mãe) perdendo a cor já inexistente e a ouvi dizendo: mas, meu inglês na escola é intermediário, táaaaa? Obrigada e tchau. E bateu o “gancho”. Ela ficou indignada, a bichinha. E um pouco mais calada até o final do dia, diga-se de passagem. Hahahahahaha. Acabamos não achando mesmo a firma e até hoje fico imaginando o que ele teria falado pra mim, se fosse eu quem tivesse ligado (afinal, a minha luta contra o inglês continua, e ele ta ganhando de mim Inglês 10 x Flávia 1,5).

Saudades: de comer açaí, de apertar as minhas cachorras (até de sentir o bafo de leão de uma delas). Quase pedi um emprestado lá no parque pra eu poder “amassá-lo”(falar nisso descobri que quem tem cachorro aqui em Londres paga uma taxa no valor de 5 pounds por mês pra tê-lo. Ainda não sei a finalidade e pra onde vai o dinheiro, mas irei descobrir e contarei aqui pra vocês). Saudade de um abraço apertado, um carinho na minha cabeça...

Vóooo! Vozinha querida! Hoje é Dia da Avó. Feliz dia da vó pra vó mais linda e perfeita do mundo todo. Eu amo você. E estou com saudade. Vem fazer um cafuné n´eu, vem?

terça-feira, 21 de julho de 2009

Situações tragicômicas*

lê-se, a saga alimentícia de todos os nossos dias

Passei por aqui rapidinho, porque os dias têm sido atribulados, com muita coisa pra estudar e o tempo acaba ficando curto, já que virou moda uma jogatina básica depois do jantar com nossos colegas da residência (vai um UNINHO aí, Doppinianos? Para quem não sabe, lá na Doppia, a agência de comunicação onde trabalhávamos, a gente jogava esse jogo (UNO), depois do almoço).
Acho que não contei para vocês que agora temos até celular, né? Pois é. Temos. Acalmem-se! Não vamos contar nem uma surpresa (daquelas desagradáveis) adquirida nessa nossa nova aquisição. Dessa vez, nós não passamos pelos corriqueiros episódios das compras-surpresa, tais como a do protetor labial, ou da nossa sombrinha que vive virando no meio da rua com a ventania de Londres (também, por 99 p você queria o quê?). Ah! Por falar em compra-surpresa, eu passei por mais duas: uma meia furada, cujo furo foi notado por minha irmã minutos ante de sairmos e uma blusa relaxada debaixo do braço, compradas na Primark, a loja BBB (porém, tiremos o B de Boa e deixar ela com apenas os outros dois de: Bonita e Barata hahahaha). Voltando ao celular, conseguimos uma mega promoção em uma operadora daqui chamada 3. O nosso aparelho (que não tem marca) custou 39.99 pounds e é tipo de cartão. Esse tipo de plano aqui é chamado de Pay-as-you-go (tipo um "pague e leve") e essa operadora é a única por aqui que faz Skype Free. Sabe aquele programa de conversação em tempo real via web? Pois é. Pagamos apenas 10 pounds de três em três meses e podemos ligar para o Skype de qualquer pessoa que tenha Skype, de graça, e qualquer pessoa que tenha o programa pode nos ligar de graça também. O que é a tecnologia, não? E ainda podemos acessar o MSN, checar emails e mandar 300 mensagens de textos e ligar FREE para quem tem o mesmo plano. Perfeito para nós, já que a Ludi tem ele e falamos com ela quase todo o tempo, meus pais têm acesso fácil ao programa e já que para fazer outros planos é preciso abrir uma conta em bancos por aqui. So, descobri hoje a câmera do meu novo móbile phone enquanto vivenciávamos uma das nossas cotidianas cenas tragicômicas. Dessa vez, foi no almoço. Nos dias de semana, estamos sempre correndo contra o tempo. Nossa aula termina 12h30 e recomeça às 13h30. Até subirmos o morro, “lá se vão” quase trinta minutos e, até almoçarmos, mais 30. Fica apertado. Para facilitar as coisas, almoçamos em um supermercado que vende Food to go (as tais da “comida para levar”) ainda mais barato. Hoje experimentamos o frango e o arroz indiano com salada. É normal por aqui vermos as pessoas almoçando esse tipo de comida em um banco que fica no passeio. Eles não dão muito valor pra almoço aqui. Eles gostam mesmo é de “almoçar” no café da manhã (porque comer ovo, sausage e feijão de manhã, putz) e de jantar (até falei com a Mariana que seria uma boa trocarmos as refeições e comermos apenas um pão ao meio dia, já que jantamos de noite. Almoçar de manhã NEVER. Não coloco ovo e bacon na minha boca às 7 da manhã nem que me paguem 100 pounds hahahahahah). Levando em consideração a cena dotada de muito humor (e um pouco de drama, diga-se de passagem) eu não pude deixar de registrá-la. Depois de uma noite bem triste (essa última foi a baixa, quase zero, das oscilações da escalada “altos e baixos” do morar longe do seu país, de sua família e amigos) e cheia de crises de solidão e tristeza, me peguei rindo muito. Mas, muito. De ter dor de barriga e chorar de tanto rir (que delícia!). Para pouparmos na comida e no preço, compramos arroz e dois frangos com salada, o equivalente à 99 p(perfeito para quem ainda não trabalha em Londres). Além de ter que dividir a comida irmãmente nos potinhos minúsculos de plástico, tínhamos que brigar com as big abelhas londrinas, que insistem em voar no nosso rosto, na nossa bebida, na nossa comida e também com os pombos, que quase pousavam em nosso ombro pra ganhar algumas migalhas.

Separar a comida, deixar metade dela cair no chão, comer (jogar metade fora porque estava horrível (arroz gelado e duro, frango sem tempero e apimentado), lutar contra as abelhas e os pombos (não consegui tirar fotos desses, pois a Mariana mandou eles irem ciscar em outro puleiro) e, depois, escovar os dentes com um guardanapo (esquecer a escova de dente no quarto, não é bom não). Atrás de mim, um indiano faminto (o que não é novidade. Os indianos dominam Londres). Reparem na resolução perfeita da câmera do meu celular. Adoreiiii! Vou postar mais fotos por aqui ;*)


Entre as dificuldades de morar em outro país, está a solidão que insiste em bater na nossa porta, quando em vez. Mesmo estando aqui com a minha irmã, tem horas que um vazio imenso chega sem pedir licença. São horas em que a saudade chega a doer e não caber mais dentro do peito (transbordando nos olhos, como nos diz uma dessas frases piegas, porém verdadeira, que eu adorava escrever no meu diário quando era mais nova). Porém, é dessa forma que vamos aprendendo a lidar com nossos próprios sentimentos. Eu não viajei só para aprender o inglês. Viajei para crescer, me conhecer, ver até onde consigo ir com minhas próprias pernas. Coisa que, há anos, já não sabia mais como fazer. Confesso que ainda não está sendo fácil. Ainda é cedo. Mas, cada dia é um novo dia e acabo encontrando comigo mesma, no final das contas. Só tenho duas semanas aqui. Ainda não deu tempo de amadurecer, é verdade. Mas, sei que no último dia destes seis meses que estão por vir, com certeza, não voltarei para casa a mesma pessoa. Não quero voltar. E esse é o primeiro passo para a mudança, já sabemos. Em Londres, o dia-a-dia é uma caixinha de surpresas. Mesmo que nos deparemos com momentos bastante desagradáveis e difíceis, conseguimos enxergar que somos capazes de superá-los. Basta procurar sua resposta, ou seu segredo. Eu já encontrei o meu: achar graça deles.

Saudades...


* palavras que peguei emprestadas no post sobre o London London no blog Viajar Vicia da Luiza, amiga da minha tia Ana Paula, que é publicitária, escritora e viciada em viajar, como ela mesma diz: http://www.viajarvicia.blogspot.com/ (tô mesmo chique hein, benhê?). Obrigada, Luiza :*)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Respirar e viver Londres

... isso é preciso.

Lá se vão quase duas semanas de estadia em Londres. Não sei se isso está acontecendo em toda parte do mundo, mas, por aqui, o tempo está voando. As horas passam muito depressa. O que acho engraçado, porque era pra ser o contrário, já que aqui escurece bem mais tarde (umas 21h30 ou 22h) e vira dia muito mais cedo (umas 4h da manhã). Talvez sejam as novidades de um país novo. Muitas coisas pra fazer durante todos os dias e noites, aulas que duas vezes na semana acontecem em período integral, a ida em lugares diferentes ou a convivência com pessoas diferentes a cada instante. Ofereço a esses dias e noites atribulados e à adaptação com a língua, a culpa total das minhas olheiras já estarem no pé (parte das olheiras é herança de família, eu sei. Mas, agora, ainda mais, elas já contam para os olhos qual a temperatura do chão que pisam). Ando dormindo pouco. Culpa da claridade no meu quarto, que, quando o dia ganha luz, fica insuportável para a continuação do meu sono. Todas as manhãs acordo junto com a luz do dia e com batucada na minha cabeça vinda da construção que está acontecendo na frente da minha janela (essa já começa fervendo, às seis da manhã). As nossas andanças sem fim também andam contribuindo para o cansaço. Sem carro, o ônibus londrino nos leva pra tudo quanto é canto, mas às vezes preferimos andar um bocado. Na verdade, essa nossa escolha de andar ao invés de pegar ônibus tem uma razão: a janta nossa de cada dia. Essa sim nos obriga a andar um "pouquito mas". A Mariana já está "roliçando" (imaginem eu então que já vim acima do peso?Pulemos essa parte). O comedor dela está aberto, como nunca vi na vida. Fico impressionada. Agora então que descobriu que no (seu) supermercado 99p vende chocolate Lindt (aquele suíço e perfeito) por esse precinho, Jesus! Segura a boca dessa menina, genteeeee, se não ela volta rolando pro Brasil. Enfim. Isso vai durar bem pouco, já que daqui a umas duas semanas, mais ou menos, estaremos de mudança para a casa da nossa amiga Ludi (conseguimos e está praticamente certa nossa ida pra lá). Uma ótima novidade pra gente, porque lá nos sentiremos em casa, com fogão pra fazer comida, geladeira própria e nada de horários dos outros pra cumprir (e o 99p deve ficar bem longe gula dela hahaha). É. Estamos no caminho certo por aqui. Passados quase 14 dias entre aventuras, medos, saudades de casa e de todos, dificuldades com a língua etc, é chegada a hora de respirar o ar de Londres. Esse ar frio e que muda a todo segundo do dia e da noite. O progresso na língua está visível. Mesmo que pequeno e imperceptível aos olhos dos outros, para nós, entender e falar está cada dia ficando um pouco mais fácil. Os ouvidos já se acostumam com inglês e agora o que nos soa um pouco estranho é ouvir nas ruas alguém conversando em português. Hoje já acordo e mando, ao invés de "que dia lindo", um sonoro Oh, what a beautiful day! Que engraçado tudo isso. Sei que no final desses seis meses aqui não voltarei com o inglês fluente, mas acredito que mais amizade com a língua eu terei. Óbvio que ainda tenho minhas oscilações. Sometimes, I feel so sad. Mas, cada dia por aqui é menos um dia de medo, de angústias (e um dia a mais de saudade). É como em um trabalho. O primeiro dia é complicado, o segundo, um pouco menos, o terceiro menos ainda e assim por diante. Assim é mudar para outro país. Ninguém nunca morreu fazendo isso. So, passados aqueles primeiros e terríveis dias, agora é a hora das "Vidas" viverem Londres.

O que você não pode deixar de fazer em Londres:
- ir na Primark! Como já disse antes é uma loja bem barata que tem por aqui. Nós fomos lá ontem. Coloque todas as Renners e C&A´s dentro de um mega galpão e então temos a Primark. As coisas são muito baratas. E procurando bem, dá pra comprar muitas coisas legais, como casaco de imitação de couro (muito parecido e que por aqui está usando demais) por 8 libras (o equivalente à mais ou menos uns 24 reais). É mole? Não. Ainda bem que ela fica um pouco longe de onde moro agora hehehe.
- Ir no famoso Museu de Cera Madame Tussauds. É de impressionar como os artistas esculpidos em cera são reais. Às vezes, dá até nervoso de olhar para os olhos deles. (Ver Johnny Depp ou Justin Timbarlake olhando no fundo dos seus olhos de tão de perto, é mesmo incrível hahaha). Não se esqueça, obviamente, da máquina e tire muitas fotos com os bonecos. Com certeza, com alguns dos artistas, como a Britney Spears, a Amy Whinyhouse ou a Rainha Elizabeth você poderá enganar alguém. Nós fomos hoje pela manhã e enfrentamos a alta temporada em Londres. Foi como Porto Seguro no carnaval. No museu também tem uma parte tipo castelo do terror (em meio aos bonecos de cera existem pessoas de verdade que te dão muito susto e um caminho que você pode seguir assustador, mas eu não tive coragem de ir). Tem também outro caminho que fazemos com carrinho que nos apresenta a história de Londres. Perfeito. Com os bonecos de cera também. Muito bem feito.
-Ir na Koko, uma boate que fica em Camdem Town. Ela por fora é bonita, mas quando você entra, parece aqueles teatros de ópera. Lindo. Com três andares de boate, músicas perfeitas e muuuita gente bonita. Antes das 22h é de graça a entrada.
-Comer:
. kebab. Uma espécie de pizza com pão sírio enrolada com o recheio que escolher. Geralmente os kebab´s são lugares que ficam abertos até mais tarde (lembrando que a noite de Londres acaba 11 da noite). Porém, cuidado! Se for beijar alguém depois do kebab, melhor não comê-lo. É muito picante. Muitoooo mesmo;
. chicken baguete. É como aqueles sanduíches do Carrefour. Uma baguete enorme com frango e molhos de sua escolha. Fica também nesses lugares pequenos e bomba depois das baladas. Comemos um desses em Camdem Town;
. Kit Cat, um chocolate da Nestlé que não temos aí no Brasil (um dos novos vícios da minha irmã). É uma espécie de Bis, mas muiiiito mais gostoso.
-Fazer amigos de outros países. Agora descobri uma italiana na minha residência que estuda na mesma escola que eu, a Julia. Ela tem a minha idade (o que não é muito normal por aqui, já que as pessoas são sempre mais novas com 22, 23,24 e até 18 anos). E por causa disso, brinco com ela a chamando de my best friend. Ela é muito simpática, um amor. Fora ela tem a Meltem que é a turca que mora na Suíça que estuda na minha sala. Mas, essa me mata de raiva. Não entendo nada que ela fala. Ela fala pros cocos, mistura as línguas e acha que sou obrigada a entender. Ela é meio mal humoradinha e chega até a ser engraçada. A Mariana tem uma também da Suíça, de 18 anos. As duas andam almoçando com a gente todos os dias e foram no museu de cera também. Passamos raiva com elas. São devagar quase parando. Hahahahaha. Ontem fomos ao Pub perto de casa com o povo que mora aqui na residência. O nosso amigo Dérik, brasileiro, também foi. Foi super divertido. Conheci outro brasileiro daqui e um iraniano também. Fazer amigos é sempre bom. E se você tiver que conversar com eles em inglês, melhor ainda. Porque assim você pratica e melhora, porque sempre irão te corrigir se estiver errado.
- Chorar. Tem horas que será inevitável. Quando a Ludi chegou aqui, ela ficou na casa de uma senhora que é psicóloga. Um dia, a senhora notando- a tristonha perguntou se estava tudo bem e deu logo um conselho: se quiser chorar chore. O que faz um bebê quando quer uma coisa e não sabe falar ou pedir? Chora. Você aqui é como um bebê. Você nasceu agora para esse país. Não sabe falar ainda. Não conhece ninguém e é tudo muito novo e diferente. Você sente saudades de casa, de seus amigos e família. Então, chore. De saudade, de medo, de angústia, de tristeza ou até de alegria.
- Rir de você mesmo. Já me peguei várias vezes fazendo isso ao dia. Na escola principalmente. Quando não entendo nada e quando tento falar alguma coisa que não sai. E quer saber? É bom. É essencial e relaxa.

PS: meu professor (o quase escandinavo e devagar quase parando) me chamou para tomar um café com ele essa semana. Perguntou quando eu estaria liberada e qual o melhor dia pra mim. Ainda não sei por quê. Pode ser que ele é muito educado (porque é de verdade) e porque me ouviu dizendo que às vezes me sinto triste e cansada aqui, então ele queria ser agradável e bacana comigo. Pode ser...

terça-feira, 14 de julho de 2009

"Um homem precisa viajar", já dizia Amyr Klink...

... e duas irmãs, também.


Vou começar o relato de hoje com este pequeno texto de Amyr Klink que ganhei em um papelzinho enrolado da minha tia Ana Paula (a mais- que- linda responsável pela organização dessa nossa viagem) antes de vir para cá:

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto.

Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver."

Lindo. Quando o li pela primeira vez, tomada pela emoção pré-viagem foi apenas isso que achei dele. Hoje, após uma semana (exatamente) longe de casa, digo mais: lindo e verdadeiro. Um homem precisa viajar pra dar valor a tudo o que tem em casa e na vida. E duas irmãs que moram com os pais em uma casa confortável e sempre tiveram tudo em mãos, também. Hoje senti muita, muita e muita falta da minha casa (sei que vocês devem estar imaginando: "mas, só tem sete dias que elas estão lá". Ah, é? Então larga tudo aí e vem cá pra você ver do que estou falando). Depois da aula fomos fazer compras. Primeiro passamos em uma grande drogaria da região, a Boots (semelhante à nossa Araújo). Até aí, excelente (tirando a compra- surpresa do dia (que é como eu e minha irmã chamamos aqui aquelas coisinhas que compramos achando que estamos abafando e quando vamos usar, ou comer, ou passar, sei lá, levamos aqueeeele baque, já que não era nada daquilo que imaginávamos que fosse. Mas, depois explico melhor essa parte). Compramos produtos de beleza que estavam faltando, tais como removedor (sim! já me sinto em Londres com as unhas sem fazer. E pra quem me conhece, sabe que isso é um sacrifício ENORME para mim. Ai, que saudade de acordar às 8 da manhã para ir no salão. Que saudades das minhas manicures. A unha aqui é 20 libras e fazê-las implica em um gasto fora de cogitação pra mim); secador de cabelo (mesmo que não faça escova no Brasil, eu recomendo trazer um, já que aqui é muito frio e sair com cabelo molhado é um pulo (de esquilo!kkkk (mais abaixo você vai entender porque) para uma gripe); coisas de maquiagens e para mulheres, isso inclui, claro, coisas essenciais como um protetor labial. Sim! Isso aqui, por causa do frio, é muito importante. Se forem como eu e minha irmã que só da brisa leve da noite de Maceió, por exemplo, temos todos os lábios cortados, me segue que você brilha. Agora, atenção para o diálogo no ato da compra -surpresa: -Caraaaca, Flávia! Dois protetores labiais por 1,70 pounds? Nossa! Que demais. Vamos levar. (Economia, baby! Essa é a palavra de lei por aqui).
-Ok! Eu levo o de morango (Uhmm! Cheirooso) e você o de menta.
-É, o de morango tem mais saída. (olhando para a caixinha onde estavam depositados o desse sabor já vazia e comparando-a com as outras mais cheias). Deve ser o melhor. Sem dúvidas!
-Fechado!
Perceberam a alegria de duas pessoas com a boca estragada pelo frio de Londres ao comprar dois protetores por tão baixo preço? Pois bem. Mas, tenha calma que ainda não chegou a hora de contar o que nos causou o baque. Caaalma!!! Continuando. Daí, depois da compra na tal da Boots, fomos ao SUPERmercado 99p. Realmente, minha gente, Mariana estava no seu território. Os olhos da pessoa brilhavam (aí no Brasil, do mesmo jeito que sou viciada na Boticário pra maquiagens ou no salão de beleza pras minhas unhas, a Mariana é em lojas de
1, 99. E digamos que o 99p seja similar às lojas de 1,99 daí). Deu a louca na pessoa e ela comprou copos, vasilhas para guardarmos nosso lanche da noite (ela pediu pra falar agora do nosso lanche-presidiário: como nossa última refeição na residência é no jantar, às 18h, tivemos que comprar cream cracker para comer se a fome apertar. Daí, ficamos eu e ela comendo o biscoito com a manteiga "pega emprestada" no refeitório com tomando água. Delícia. Pra quem comia pão com esse mesmo líquido, simplesmente porque gostava na casa da vó (eu mesma, por quê? Vai encarar, é?), isso é fichinha. Voltando ao supermercado, chegava a tão esperada hora do sabão em pó e amaciante. Putz! Que vontade de ligar pra minha mãe nessa hora. Mas, eu não tinha telefone. E também, depois pensei bem, que se eu tivesse, teria que ligar era pra Dilma (a moça que toma conta lá de casa. Que saudade dela!) porque minha mãe não ia conseguir me ajudar meeesmo (kkkkkkkkkkkkk. Boa essa né, mãe?). (SE BEM QUE ELA QUEM FAZ AS COMPRAS MENSAIS LÁ DE CASA. OH! NEVERMIND!) Daí, bateu a primeira saudade. Caraca. Difícil escolher um sabão em pó, ainda mais em outro país. Mas, o pior está por vir: lavar a roupa. Mas, deixemos de sofrer por antecedência. Ainda não está na hora de lavar roupas. É preciso juntar bastante, já que vamos pagar 1 pound pra cada lavada. Enfim. De verdade, se você vier pra Londres o paraíso é a 99p. Compramos sabonete (etc e etc) e não chegou a nem 10 pounds. Excelent!! Descemos para casa. A sacola tava pesaaada. Que saudade do meu carro! Que saudade das compras mensais que meu pai e minha mãe fazem sozinhos e que só ajudamos a transportar do carro à cozinha. Que saudade de não gastar meu dinheiro em coisas do tipo: absorventes, sabonetes e sabão em pó. UNF! Chegamos no quarto. Onde vamos guardar tantas coisas em um quarto-e-banho que mal tem ganchos pra pendurar toalhas? Que saudades dos armários da cozinha e da lavanderia lá de casa. O secador que compramos é melhor do que o que eu trouxe, 11 pounds e beeem mais potente. Sabe aquele negocinho que aí no Brasil compramos para fechar sacos de biscoitos? Ahh! Aqueles negocinhos que enroscam e que fecham o saco de pão de forma? Então. No secador veio um desses. Eu ia jogar fora, mas quando a Mariana viu isso, ela fez um escâaandalo: "Nãooooo! Não jogue fora! Isso vai ser útil um dia. Podemos fechar nosso saco de cream cracker." Ai, genteee! Isso é sério. Muito sério. Que saudade da minha geladeira. Do meu fogão e microondas que podemos usar a qualquer momento. Enfim. Acredito que a cada dia aqui eu concordarei ainda mais com Amyr Klink quando diz que viajar é preciso. Sei que é apenas o começo. Faltam meses de amadurecimento e vários perrengues, mas vai valer a pena. Nós sabemos que vai. E quero mais é que surjam as dificuldades. Afinal de contas, não vim pra cá só pra aprender o inglês. Dessa forma, o pequeno texto nos dado com tanto carinho pela minha tia, fica mesmo cada vez mais lindo e verdadeiro.

E por falar no tal do inglês, o meu continua o mesmo, porém um pouco mais sem-vergonha kkkkkkk. Agora, tenho menos vergonha de errar e falo meeesmo. Estive pensando. Se você faz inglês aí e quer um dia vir pra aprender ou praticar, prepare-se para o choque, porque é beeem diferente. Claro que o que muda são as facilidades, os medos e as inseguranças, que, para quem sabe são muito menores. Mas, estar em um país tão diferente e de língua diferente da sua, na prática é bem mais complicado do que na teoria. Eu ando oscilando entre acreditar que vou dar conta de aprender e em não acreditar e querer desistir. Estudar é importante e praticar o inglês aqui também. Hoje foi um dia da boa oscilação. Entraram 4 novos estudantes na minha sala e eu fiquei sisi (abreviatura para "se achando" usadas por minha mãe e Mariana para as pessoas que se acham “o último biscoito do pacote”) porque eles não falavam e não entendiam NADA, portanto eu poderia falar do jeito que eu quisesse que eles não iam entender mesmo para me corrigir kkkkkkkkkkk. O que na realidade é ruim aqui, porque os puxões de orelhas são essenciais para o aprendizado completo. Falando nesses puxõezinhos de orelha, hoje eu levei um do diretor da escola. Lembram do questionário que respondemos que perguntava o que estávamos achando das aulas, da residência e da chegada? Pois então. A bonitona aqui marcou na pergunta sobre a classe (você está de acordo com o nível de sua classe?) um gigantesco NÃO. kkkkkk. O que aconteceu? Ele me chamou pra perguntar Why, Flavia? (sempre odiei que escrevessem meu nome sem acento. E aqui é assim. Ok!) Aiaiiii. Não me pergunte isso, Viv (o nome dele é esse), porque só saberei que na resposta tem que ter Because... (por coincidência aprendi isso na aula de hoje). Depois tentei explicar. Eu quis dizer que era ruim uma pessoa que não sabe nada ficar com quem também não sabe, porque daí não há conversa na sala e é ruim para a aprendizagem. Então ele mandou: Your grammar is very bad e você tem que ficar nessa turma pra aprender e ir subindo aos poucos kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. I know, “coisa vida” (como diria a filhinha da minha amiga Rê quando na verdade quer falar “poxa vida”). Não precisa ofender hahahahaha. Falei que entendia, pedi desculpas e fui embora almoçar. Mariana teve aula de tarde e eu não! Dormi um pouco, estudei. Estamos na sala da residência com nosso amigo brasileiro, um iraniano, um indiano, um francês e uma italiana jogando UNO (vocês acreditam pessoas da Doppia? UNO. Sim! UNOOOO. Igualzinho o das nossas jogatinas do Brasil kkkkkk). Muito bom pra aprender o inglês. Mas, confesso que estou cansada demais. As diferenças de comidas, horários, cultura, costumes e língua nos cansam de verdade.

A compra-surpresa:
abrimos nosso super protetor Lipsalve, dois por 1,70, um de morango (Uhmm!Delícia) e o outro de menta. Passamos. Arrasamos! Meia hora depois sentimos um leve amargo na boca. Duas horas depois, a Mariana veio pro quarto escovar os lábios. Você já viu isso alguma vez na sua vida? Escovam-se os dentes e não os lábios. Mas, eu vi ontem. Putz. O que é issoooo nesse protetor labial? Muito, mas muito, muito amargo. Lembra aquele esmalte que a Avon fazia pra quem comia unha e não comer mais? É exatamente aquele gosto que ficou na nossa boca durante horas. Portanto, salvem-se quem puder do tal do Lipsalve (esse é o nome dele. Bleeehh!). Ele ia pro lixo, mas vou seguir o conselho da minha tia Ana Paula: levarei como souvenir de Londres e darei pra uma pessoa bem chaaaata. Se você ganhar um protetor labial by Londres, duvide desse meu gesto tão delicado, ok? Hahahahahahaha. Adorei! (Ou quem quiser dar de presente pra atual mulher de seu ex-marido ou atual namorada de seu ex-namorado, tô vendendo! Apenas 1.70 pounds e você ainda leva outro de brinde).

Sightseeing tour por Londres

Domingo Ludi nos levou para um tour por Londres. Conhecemos a Oxford Street (a rua das lojas bacanas e de marca de Londres, mas elas estavam fechadas e não sabemos o preço de nada, heinnnn?), a Trafalguar Square (praça com fontes e leões onde fica a National Gallery, uma galeria com quadros de Monet, Picasso e etc), London Eye (aquela "roda gigante com bondinhos" linda de Londres), o Big Ben (coisa emocionante de se ver, de tão lindo), Buckingham Palace (mas, não vi a rainha. A filhinha da minha prima pediu para tirar foto dela, acredita? Amandinha, ainda não tirei, mas ainda dá tempo, viu?) e Covent Garden (um bairro LINDO, PERFEITO e caro (infelizmente) de Londres que tem barzinhos na beira das ruas e um artista cantando no meio de um círculo de pessoas de váaarios países, claro (isso aqui em Londres é uma constante). Londres é imperioso. Suas construções são muito ricas. Detalhadas. Enchem nossos olhos. Mas, até onde os meus conseguiram alcançar, é sombrio. Triste. Tudo em tons de marrom, verde musgo, cinza. Mas, consigo, ainda assim, encontrar beleza nisso tudo. Na caminhada pela Praça do Palácio de Buckingham aconteceu uma coisa muito engraçada. Estávamos indo eu, Mari e Ludi rindo e conversando até, vendo a beleza do parque e da arquitetura de Londres quando, derepente, eis que surge um esquilo enlouquecido correndo em nossa direção. Correndo mesmo! A Ludi soltou logo um berro e o esquilo até freiou (pense em desenho animado. No barulho da freiada e na cara de espanto do bichinho. Pensou? Porque foi exatamente assim que aconteceu). Além de ser mais um esquilo que vejo, levarei na memória uma coisa que me deixou impressionada. Êita, bicho safado. Estava era querendo comida. Podemos dizer que o esquilo é pra Inglaterra o que os macacos são pro Brasil, no quesito malandragem, sabe? Mas, é muito bonitinho. Dava vontade de pegar nele. Parece ser “maciinho”. Pulava como uma pluma. Lembrei de uma barra de banana (mais uma das nossas compras-surpresas) que estava há décadas na minha bolsa. Só aí você já entende qual foi o baque dessa compra. Dei pra ele, que gracinhaaaaa! Ele vem na nossa mão pegar a comida. Mas, nem ele gostou da tal da barra. Kkkkkkkkkkkk. Ele preferia comer o pedaço de pão que o Macaulay Culkin em seus 12 anos (idêntico) dava pra ele. Passada a graça foi a vez de nos sentirmos em um filme de terror. No banco da praça tinha “um ser” inglês dormindo, sentado de cabeça baixa e braços cruzados. Uma mulher ou homem. Acho que era uma mulher. De preto. Imagine uma bruxa inglesa. Cabelos brancos, sobrancelhas e pele muito brancas. Imaginou? Compare com a foto abaixo. Iguais? Era a bruxa de Londres sentada na praça. Nem os mil turistas que estavam tirando foto do esquilo no seu pé, foram capazes de acordá-la. Ficamos imaginando se ela acorda nessa hora. Ela ia jogar seu feitiço em todos ou iria sorrir para as câmeras achando que era a nova atração turística do parque? Fico com a primeira. Afinal, fomos nós quem vimos a figura amendrontadora e fomos nós quem nos sentimos em um filme de terror. Clarooo que eu ficava olhando pra ver se ela estava respirando e claaaaro que falava: Ludi, Mariana essa pessoa está mooorta! Alguém aí já andou comigo no centro da cidade, e vendo aqueles pedintes dormindo na rua, ou seja lá quem for, me ouviu dizer isso? Ah! A Mariana já. Um milhão e quinhentas mil vezes...



Olha "o ser" do parque, genteee! O esquilo está sob a seta e estas pessoas, nunca vimos na vida.
Estavam tirando foto do esquilo. Infelizmente, não dá pra ver o sósia do Macaulay Culkin nelas.Dá um look na cara do sujeito de jeans.


Imaginem se ela acordasse? Mas, ela nem se moveu.



Hoje na aula eu tive que dizer do que estava sentindo mais saudades do meu país e da minha cidade. Eu falei e o professor resumiu: she´s missing everyone and everything. É. Ele tem razão...

PS: hoje eu vi formigas. Tem sim, aqui. E muitas.
PS2: quanto às fotos de Londres, aguardo ansiosamente a boa vontade de my sister para me passar as que já tiramos. Estou até pensando em comprar uma máquina pra mim. A dela é muito grande e toda vez tenho que ficar imploraaaaaando e implorando pra ela me passar as fotos (aqui ó pra você, sister: :P)

domingo, 12 de julho de 2009

Aiai.Só eu mesma, gente...

Yesterday foi dia de baladinha Londrina em Camdem Town. Fomos em um dos únicos lugares similares aos barzinhos, boates e restaurantes do Brasil que abrem às 9 PM e fecham às 3 AM(mas fecha meeeesmo. Se deu o horário e você não sai do local, eles te mandam ir embora). Eu e minha irmã fomos primeiro (uma coisa engraçada: na entrada da boate os seguranças olham meeeesmo a sua identidade (no meu caso o passaporte). Colocam o documento do lado do seu rosto e comparam para certificarem-se de que é mesmo você e passam ali uns dois minutos fazendo isso. Não sei porque ele me deixou entrar. Mudei meu corte de cabelo e a cor. Estou bem diferente da foto). Ludi, Estevam e um amigo de Blangadesh foram depois do trabalho. Eles trabalham em um restaurante em Camdem chamado Mango Room, de 5PM à mid night, mais ou menos. Dançamos muuuito. Era tipo festa dos anos 60 e, na pista, só tocavam os maiores sucessos da época. Enquanto eu e Mari estávamos esperando os meninos chegarem, tive que praticar muito meu inglês de araque (sair assim é ótimo para praticar o inglês. Se você vier um dia pra estudar, não deixe de fazer isso. Sempre vai ter alguém falando com você. Seja na fila do banheiro, no bar ou até mesmo na pista). Primeiro vieram os Jackson´s two (não sei onde foram parar os outros três, mas eram dois irmãos negros da África, idênticos aos Jackson´s Five. E ainda dançavam igualzinho ao MJ. Yes! Michael is alive!) que vinham pegaaando na gente, chamando pra dançar e conversar, um Irlandês e um Espanhol (depois que falamos que somos brasileiras então. É um absurdo o tanto que eles pegam na gente. Oh Men! Don´t touch me! Fico revoltada com isso. Nojento. Depois, eu e Mari fomos ao banheiro). Mais um acontecimento engraçado no dia: aqui em Londres a modinha agora é uma blusa de linha fininha por cima das coisas, meio que de linha. E eu, pra variar, estou louca pra comprar uma (na loja mega barata daqui, a Primark, vende. E lá que vende tênis, tipo All Star, por 2 llibras e dessas blusas também). Então. Vamos ao fato: fui ao banheiro e eis que no chão da minha cabine encontro uma blusa perdida. Quando a pego e olho, genteee, era A blusa. Respondam para mim, com toda a sinceridade do mundo: o que vocês fariam no meu lugar? Mostrei o achado para a minha irmã e perguntei a ela uma opinião sincera e ela disse: não leva. Já que estávamos esperando a Ludi e ela já está mais habituada às coisas aqui de Londres eu preferi esperá-la para perguntar o que achava disso. Mas, a conhecendo pelo menos o pouco que a conheço, eu já imaginava que a resposta dela seria a que eu queria ouvir (kkkk). Eis que, saindo do banheiro, ela surge. A primeira coisa que fiz, foi perguntar o que ela achava. Adivinhem o que ela respondeu? "Nossa! Leeeva demais. Economia de uns 5 pounds. Hahahahahaha!" Aiaiiii. Trouxe, gente! Forgive me, God! Forgive me! Mãe! Não foi isso que você me ensinou, I know, mas não iria encontrar, nunca, a dona da blusa em uma baladinha com zilhões de estrangeiros, né? Genteee! E a blusa é francesa. Está cheirosinha. O mínimo que pode acontecer é eu pegar uma catinguinha daquelas no suvaco, mas, não importa, o cecê vai ser importado. Francês! Já imaginou que glamour, Rê?? (hahahaha! Bleeeehh.) Como recomendou o Estevam: "lave muito. mas muito meeesmo", vou lavar. Nada que uma boa lavada não resolva (assim espero). (Acho que por aqui isso é o de menos. A Mariana foi no bar e o atendente achou um casaco na hora. Ele perguntou a ela se era dela. Ela respondeu que não e ele perguntou se ela queria levar kkkkk. Ou seja, não sou uma pessoa tão má e tão culpada assim por pegá-la, néee?) Enfim. Dançamos mais um pouco, paramos em um kebab (tipo Habibs aí do Brasil) para ir ao banheiro. Fomos expulsos de lá de dentro porque já estava tarde. O novo amigo de Blangadesh levou Mari e eu no nosso ponto de ônibus quando já estava amanhecendo (aqui amanhece umas três e quarenta, quase quatro horas da manhã). Dentro do bus passamos apertadas porque de madrugada, o letreiro que explica a próxima parada do ônibus, fica desligado. Mas, sobrevivemos e conseguimos achar o ponto certo. Fechei minha noite pisando em um vômito londrino, ou sei lá da onde (pode ser de várias nacionalidades) dentro do ônibus mesmo. Só eu mesma gente. Afffff! Limpei o sapato nas poças d´água na rua ( hoje choveu literalmente o dia inteiro e fez muiiiiiiiiito frio), tomei aquele banho pelando e fui dormir. Agora são 13h e já almocei. Descobri que nos finais de semanas eles servem café da manhã, almoço e jantar sim aqui na residência. O almoço hoje estava péssimo. Estou até com dor de barriga, agora. Quando as coisas têm gostos por aqui, ou são doces ou são apimentados demais (espero que toda essa pimenta que ando comendo acelere meu metabolismo e nada mais! Aiaiaiai. Os outros problemas que ela pode nos causar, eu não mereço kkkkkkkkkkkkkkkk). Daqui a pouco, se minha dor de barriga deixar, vamos na tal da loja barata (hoje abre também) pra comprar os tenisinhos, umas calças de moletom pra ficar em casa (e não mais a blusa preta de linha, última moda em Londres, porque eu já tenho, hahahaha!Que vergonha!). E a noite vamos ao Big Ben. Estão celebrando por aqui o aniversário dele. Agora, vou estudar um pouco e fazer my homework! Afinal, eu preciso estudar. Muuuuito. Pra ver se consigo chegar pelo menos no Intermediário II até o final do ano lá na escola (kkkkkkkk).

Moda em Londres
Gente!! As pessoas aqui se vestem muiiiito bem. A moda aqui agora, além da blusinha, que também irei levar pra casa, são uns vestidos curtos. Parece que as meninas estão usando saia de cintura alta com blusa de malha, mas não (apesar de usarem muito também essas saias de cintura alta listradas ou estampas de florzinhas miúdas). E saltos! Muiiiiiiiitos saltos. Mãe, você ia pirar com os saltos. Muita meia com esses saltos (ai! Por que não trouxe os meus? Why?). Bolsinhas a tira -colo, tipo Channel (aquelas com alças de correntes e couro. Eu já adquiri a minha. Imitação perfeita da marca por um precinho perfeito. Mas, a minha é grande. As das baladinhas são as pequenas). Muita pulseira, colares lindos e maquiagens como no Brasil.

A falta das pessoas que ficaram por aí, já começou a dar uns beliscõezinhos no peito. Em pensar que só se passou uma semana e faltam ainda cinco meses pela frente. Força na peruuuca, Flávia. Força.


PS: acho que aqui em Londres não tem formigas. Nunca vi uma. Mas, tem pombos. Muitos. Iguaizinhos aos do Brasil. Ficam voando nas ruas caçando comida. E tem esquilo. Mas, só vi um e uma vez, lá no jardim da escola. Lindo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

News!!

Ichi. Toma biotônico que a força na peruca dessa vez tem que ser dobrada. Leia até o fim. You can do it!

Ontem não dormi no meu quarto- e -banho (rsrsrs) da residência estudantil onde estou morando. Eu e minha irmã acordamos umas 10h30, almoçamos a comida do supermercado (chamada de food to go - comida para levar) e comemos na cantina da escola. Tivemos aula só de tarde. Uma benção, já que a aula estava muuuito chata. O professor quase escandinavo é muito devagar e nós não entendemos nada do que ele fala. Já não entendemos mesmo, é verdade, mas ele consegue nos fazer achar que sabemos menos ainda do que sabemos. Já imaginou, que coisa horrível? God! Estava contando as horas pra ir embora. Depois, fomos encontrar com a Ludi - nossa amiga, que já está aqui há dois meses, na estação de metrô do nosso bairro. Fomos caminhando. Não é tao perto, mas a caminhadinha apertada passou rápido porque conhecemos a parte de um caminho que não conhecíamos ainda. Fizemos um pequeno city tour antes de encontramos com ela no metrô. As casinhas são mesmo adoráveis. Chegando na estação, fizemos nosso Oyster Card (cartão para pegar ônibus aqui em Londres. Você paga 13 pounds por semana, estudantes pagam 9, e pode pegar os "um milhão e quinhentos" ônibus que precisar e aguentar durante toda essa semana paga). A Ludi nos explicou como fazia para a achar o destino pretendido e o pegamos até Camdem Town, um bairro dos alternativos de Londres, onde ficam vários pubs, restaurantes e uma feirinha MARAVILHOSA de badulaques a preços extremamente "acssessíveis". Viagem a jato de metrô (essa maravilha não temos no Brasil, infelizmente), embarcamos no bus no bairro dos alternativos em direção à casa de Ludi. O combinado era de irmos até lá para conhecermos a nossa futura residência (assim espero) que é onde ela fica aqui. A nossa primeira viagem de ônibus foi excelente: sentamos no segundo andar (sure.Todo brazuca que se preza, tem que andar no segundo andar do tradicional ônibus de London). Fiquei surpresa com a tecnologia. Existe um letreiro dentro do veículo e, a cada parada que ele faz, escutamos uma gravação do nome do bairro e ele aparece na tela. Muito legal. Enquanto isso víamos outros cantos de London. Adoráveis. Tudo muito adorável. As casinhas iguais, as lojinhas que só vemos em filmes. Finalmente chegamos no bairro da Ludi. A casa dela fica no início da Abbey Road, a rua onde os Beatles tiraram aquela famosa foto pro LP na faixa de pedestres (claro que vamos lá um dia tirar uma igual. Mas, ao invés de cinco, seremos apenas três (quem sabe esperamos a nossa outra amiga que chega em setembro? A "Xuxa". Daí seremos quatro. Mas, quem tirará a foto (rsrsrsrs)? Afff. Eu essa minha mania de querer detalhar tudo). Nevermind.Vamos ao que interessa. Chegando na casa encontramos algumas das seis pessoas que lá moram: uma polonesa, uma espanhola e o resto de brasileiros. Uma menina está saindo e poderemos ( se tudo der certo) ficar lá, daqui a um mês. Um dos moradores da casa, o Estévam levou uns amigos (um deles é chef de cozinha) e a namorada e fez um jantar. A casa ficou cheia e foi muito legal. Comemos um arroz carreteiro de primeira e uma salada perfeita de pepino, alface e iogurte. Dormimos lá. Acordamos hoje cedo e viemos pra Chester House (nossa residência) pra ir pra aula. Enfim, today: aula, food to go no supermercado, porém hoje comemos sentada em uma espécie de canteiro central da Musswell Hill Broadway (uma rua linda, grande e comercial perto da nossa escola e residência), ônibus até Camdem Town, o bairro dos alternativos e feirinha, novamente. Marcamos com a Ludi 14h30. Êita que a pontualidade londrina não pega nos brasileiros, ou quaisquer estrangeiros que sejam. Ela foi chegar só às 16h30. Enquanto isso eu e minha irmã fizemos compras, of course. Compramos os tão essenciais casacos de frio. Muiiiiito barato. Coisa de 15 a 20 libras por casacos de lã e veludo, quentinhos e lindos. Gente!Uma coisa não posso deixar de contar: trouxemos umas encomendas de Ludi do Brasil e, entre elas, estava a tão esperada garrafa de cachaça "Sagatiba". Ela veio muito bem enrolada, passamos com ela pelo aeroporto de BH e também pelo de Londres. Hoje, a levamos pra aula, já que iríamos encontrá-la direto e, eis que, depois das compras e de muito esperá-la chegar, Mariana vai me trocar as sacolas de mão e o que acontece? Dou um chocolate TWIX delicioso que estou comendo agora para quem acertar. Caiu e espatifou-se inteiriiiinha no chão. Sim. Quebrou-se. Ficamos muito chateadas e a Ludi mais ainda. Enfim. A culpa foi dela que não chegou no horário (viu, Ludi? hahahaha). Superado o baque da "morte da Sagatiba", andamos mais um pouco por uma feira fabulosa em Camdem que há anos atrás era um antigo estábulo (entrei numa lojinha para olhar as cópias prefeitas de jóias da Chanel e eis que a menina que tabalhava era brasileira. Ficamos conversando, ela casou com um inglês e está aqui há dois anos) e cá estamos no quarto-e-sala nas vésperas do nosso primeiro weekend in London. Íamos sair, mas estamos very, very, very tired. Amanhã esperamos acordar ao meio-dia, almoçar por aqui (na residência, no fds só ganhamos o almoço. No breakfast, no dinner) e ir fazer the sightseeing ou, como preferir, o turismo pela cidade de Londres. Agora, vou dormir. Minha cama de molas londrina call me. See ya! (Prometo ser mais breve em meus próximos posts!)*


Algumas descobertas de Londres nos últimos dois dias:
- toda a cidade é filmada. Se você vai no Google Maps você consegue fazer a rota pesquisada em tempo real. O máximo isso.
-Se você passeia com o seu cachorro e ele faz "caca" (como diria minha mãe) na rua e simplesmente ignorá-la onde foi feita (literalmente não limpar a merda defecada), você paga APENAS 80 libras de multa. Todo cuidado é pouco. Já que toda a cidade é filmada, melhor catar e jogar toda a caca de seu dog fora em um dos zilhões de lixos espalhados pelas ruas da cidade.
- Falando em lixo, achei muito bonitinho isto: em alguns postes da cidade tem uns lixinhos pequenos com duas pequenas aberturas para jogarmos os chicletes velhos e guimbas de cigarro.
- Quando estávamos no ponto de ônibus uma colega de sala chinesa pediu pra ajudá-la a encontrar um ônibus que a levasse até o centro. Quando ela se despediu e virou as costas, veio uma senhora inglesa comendo biscoitos compulsivamente como pipoca e resmungou pra ela mesma, porém em alto e bom som: Fucking chineses! Oh, my! Como assim? Ainda bem que minha coleguinha não ouviu. Mas, eu e Mari ficamos horrorizadas. E não entendemos até agora. Por favor, alguém com mais cultura do que eu pode nos explicar? Só sei que essa tal senhora é o maior exemplo de uma inglesa mal amada, mal humorada e nojeeeenta que conheci até agora (espero não conhecer outros hahaha).
-Ah! Ontem respondemos um questionário da escola que tinham perguntas como: você está gostando de Londres, de sua residência e de sua escola? O que achou do translado do aeroporto até à escola (porque isso já está incluso no pacote de ensino)? Eu e minha irmã respondemos que achamos péssimo, já que ficamos três horas esperando pelo motorista nos sentindo perdidas, abandonadas e cansadas. Ao chegarmos vimos nosso nome no mural: Flavia and Mariana favor ir na recepção falar com Christian (quem sabe daqui dois meses consigo escrever isso da forma como foi lido? In English? kkkk) Fomos. Lá ele disse que após ler nosso questionário a escola resolveu nos dar 15 libras, para cada uma, como forma de pagamento pelo ocorrido. Nós escolheríamos. Ficamos boquiabertas com tal atitudee enquanto ele foi pegar o dinheiro, resolvemos não aceitar. Ele perguntou: you´ll sure? Yes, of course. E ele falou bem rápido: ok. Ai, esses ingleses diretos e corretos. E nós fizemos o filme com a escola. Ah! Ao explicar sobre o dinheiro ele disse: vocês podem fazer o que quiser com o dinheiro, inclusive ficar "bêbadas". What? Eu nem bebo!?! kkkkkkk
- Os ingleses bebem muiiiiiiiiito! Much beer. Na hora do almoço, uma paradinha no pub pra alguns deles é lei. Quando fui almoçar no Pub Church eu vi the person crazy tomando uma half a pint of a larger beer (Yes! É assim que se pede uma grande cerveja em Londres) e um plat of chips (não é Ruffles da Elma Chips. Aqui em Londres, a batata frita é chips e a de saquinho é crisps).
- Aqui tem um jornal, the London Lite que é distribuído (grátis) nas ruas igual ao Super do Brasil. Se a gente torce ele sai um pouquinho de sangue (não muiiiito, mas sai).
- A Coca-Cola daqui é muito diferente da do Brasil. É bem mais doce. Até a Coca Zero. E a uva então? Cruuuuzes. Aproveitem os sabores do nosso país hehehe.
- Sabe Vanessinha? Sabe Ataul? A tão famosa e cara garrafa de Stella Artois que vocês amam aí no Brasil? Pois é. O Estévam, amigo da Ludi, nos contou que aqui essa cerveja é chamada de, uma coisa parecida com, "espanca mulher". Já que aqui ela é uma das mais baratas, são as preferidas do pedreiros que depois do trabalho, bebem todas e mais algumas, chegam em casa bêbados e batem em suas mulheres. Hahahaha.
- Por último e nem por isso menos interessante: God! Eu realmente fico louca aqui nessa cidade. As pessoas são muito, muito e muito estilosas. Não só os ingleses, mas todos os que aqui vêm. As japonesas ganham em estilo. Como conseguem colocar tanta coisa, uma sobreposta a outra e, mesmo assim, ficarem tão lindas e elegantes? Muitos shorts, vestidos e saias com meias coloridas. Muitas meias coloridas. Muitas sapatilhas maravilhosas que eu aaaamo. Casacos. Botas. Acessórios de cabelos. Óculos. Bolsas. All Stars. Sandálias baixas. Muita roupa em cima de outra e leggings. Muitas leggings. Muilticoloridas, com salto, sandália, sapatilha. Cardigans. Lenços. Echarpes. Cabelos maravilhosos. E os homens também têm estilos. Os cabelos perfeitos. Óculos perfeitos. Chapéus. Calças justas e coloridas ( e verdadeiramente HOMENS viu, Diego?) com aqueles tenisinhos italianos, tipo keds. Ai, Vanessinhaaa!!Amiga!! Você ia mooorrer (pela moda e pelos donos desses estilos hahahaha). Os brasileiros são mesmo muito conservadores no quesito moda, andei pensando. Principalmente os mineiros. Nós não ousamos ousar! São sempre as mesmas calças jeans e as blusas básicas de sempre. Aqui pode tudo. Se quiser sair do jeito que quiser, ninguém liga. Ninguém. E ainda estamos no verão. Então, pode mais ainda. Ainda não entendo como algumas pessoas conseguem sair por Londres a fora com saias e shorts tão curtos e braços desnudos sem sentir frio. Mas, mesmo assim são roupichas de dar inveja às pessoas apaixonadas por moda, like me. É de cair o queixo.
PS: Continuo na luta diária contra meu inglês de araque...

*(comecei não cumprindo minha promessa. Mas, é que são dois dias... hahaha)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um peixe fora d´água

Dia cheio em London City. Aula durante todo o dia (de 9h às 17h). Às oito da noite, festa da nossa escola em um barzinho inglês. I don´t speak english very well. Para entender é uma luta, e formular uma frase, um campeonato de boxe. Angústia. Saudade. Vontade de ir embora em vários momentos do dia. Deve ser o começo. Tem que ser. Um brasileiro apenas pelas nossas redondezas. Pouco português ando falando. Inglês, menos ainda. Me sinto um peixe fora d´água. Nem só de coisas engraçadas vive London em mim. Não tem sido fácil. Na maioria das vezes, it´s not so easy. But, everything is part and tomorrow will be a new day. E o que importa é que, um dia, terei uma história legal pra contar...


PS: Londres tem Ford Ka. Aos montes. Um de cada cor e em cada esquina. Igualzinhos ao meu velhinho. Tem Clio. Tem Honda Fit. Tem Corsa, Fiesta, Doblô. Só que, claro, com o volante na direita. Na teoria, isso tudo é muito normal. Mas, é muito engraçado de se ver. E o trânsito? Ficamos perdidas ao atravessar a rua com a tal da "mão inglesa". Hoje fez muito frio por aqui. Muito.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Seria triste se não fosse cômico

Força na peruca e leia até o fim!

Acordar hoje foi, no mínimo, estranho. A cama estava ótima. O colchão é confortável, apesar de não gostar muito dos de mola. Mas não estávamos no nosso país e, pior, 4 horas na frente dele. Levantamos cedo para o primeiro dia de aula em Londres. Na nossa residência (que é como um albergue de estudantes) pagamos uma quantia (exorbitante, diga-se de passagem: coisa de 15o libras por semana - aqui tudo é pago por semana e não por mês como no Brasil) e temos direito de tomar o café e de jantar, pontualmente, às 7 e meia da manhã e seis da noite, respectivamente. So, thank´s God, o breakfast inglês não foi tão ruim como disseram. É verdade que existem aqueles alimentos que pra nós brasileiros fazem a alegria apenas do nosso almoço, jantar ou happy hour, tais como feijão branco, salsicha, bacon, batata, cogumelo (champignon), torradas e ovo (bleeeh). Tinha isso, mas tinha também pão de forma integral, pãezinhos quentinhos, queijo, cereais e frutas (por falar nelas, são terríveis. O kiwi é a mesma coisa, claro. Mas, o abacaxi. Genteee, é bem mais doce. Chega a ter gosto de passado. A maçã, nem bicho come. Detesto aquelas maçãs açucaradas e a daqui chega a doer). Fomos então, após nosso café, caminhando para a escola com um mapa, nos dado pela professora ontem, em mãos. Claro, of course, que teve que ter uma ajudazinha básica de uma londrina muito simpática. Ela foi caminhando com a gente e nos contando a vida dela. Ela estava levando seus dois filhos pra escola. E por falar em filhos, fiquei impressionada como têm crianças de carrinho por aqui. E o mais legal é que quem passeia com elas são os PAIS. Sim, os espécimes masculinos mais caricatos que já vi na vida. Tipo, coisa de filme: bem brancos e de cabelos claros, andam com os filhos no carrinho e sacolas de compras de supermercado a tira-colo. Levam eles para almoçar nos restaurantes. No hall desses já até tem lugares para estacionarem seus carrinhos. Será uma miragem?As mães devem ser autoexecutivas e eles os "dos lares"(hei de descobrir e voltar aqui pra lhes contar). Enfim, depois de 20 minutos de caminhada, chegamos à escola. Pegamos nossos horários dessa semana e da semana que vem (mais uma coisa que acontece por semana) e vi que, além de não estudar mesmo com a minha irmã, estava na primeira turma da escola (Elementary I) e teria aulas o dia inteiro em alguns dias da semana. Hoje eu não tive pela manhã e minha irmã teve o dia todo. Fiquei no pc da escola e meus olhos fechavam por causa do fuso horário. Quando olhava para cima via uma janela enorme (a minha escola é linda, arejada e fica no meio de muitas árvores e esquilos que passeam pelos jardins) e a todo momento me deparava com uma surpresa dos "ares" londrinos. A cada meia hora ou menos, JURO, o sol surgia e logo depois a chuva caia. Impressionante como o tempo muda por aqui em questões de segundo. E é o dia inteirinho isso. Andar sempre com um guarda-chuva na bolsa, em Londres, é LEI (compramos um hoje por 99p (cents).Eu um rosa pink e Mari um vermelho de poás brancos. E eu quero mesmo matar a Ludi que mandou não trazer muitos casacos. Na verdade ela mandou eu trazer um grosso, mas não trouxe com a esperança de comprar um aqui tipo bbb: bom, bonito e barato, e agora só me falta o tempo, porque o frio tá de sobra). Almoçamos bem perto da escola em um restaurante chamado Giraffa (não é o Girafas daí, não). Comi a melhor salada da minha vida com alface, pedacinhos de abacate, queijo, um molho perfect e frango grelhado. Muito boa e, por 7 libras, ganhávamos o suco. Alguém aí sabe o que é grapefruit? Eu e minha irmã não sabíamos e pedimos, achando que estávamos abafando, o suco podre . Fazer o quê? "De graça" até suco de grapefruit, aquela fruta que parece uma laranja gigante e que tem gosto de podre (não se esqueçam disso). 7 libras ainda está caro. Mas, hoje foi apenas o segundo dia e temos que aprender as manhas de um brasileiro poupando em Londres. Bom. Vamos ao título deste post: seria triste se não fosse cômico o que aconteceu na minha aula. Éramos cinco (seis com o professor. Toby. Quase escandinavo de tão branco) uma russa, eu e três espanhóis. Imagine cinco analfabetos na lingua inglesa. Imaginou? Somos nós. Nice to meet you! Nós não conseguíamos formular uma frase. Tirando aquelas básicas que até um analfabeto ai no Brasil sabe falar e, pior, o que significa. Os sotaques dos espanhóis no inglês é triste. A russa, tadinha, sem comentários. O professor ficava roxo e não sabia mais o que fazer pra entendermos o que ele falava. O inglês britânico é luxo puro, mas só o entendemos em slow motion. Fiquei triste, mas analisando bem, acho que dos quatro eu era a menos pior ali. Deu uma pontinha de felicidade e esperança. But, tem noção que estou na pior turma da minha escola? Aiaiii. Mas o melhor é o senso de humor de cada um de nós, que ríamos sem parar das nossas próprias gafes, más interpretações e completo analfabetismo. Não disse? Seria triste se não fosse cômico... Sobrevivi. Após a aula, eu e hermana passamos em um supermercado, compramos biscoitos, Skittles e uma Budweiser para as duas, em comemoração à chuva intensa do minuto que caia lá fora e o segundo dia nessa terrinha que me pareceu bem simpática até onde meus olhos ainda alcançaram. Ao menos voltamos para casa semi- secas, porque compramos nossos guardas-chuva bacanas e personalisados, ha! Jantamos macarrão com molho de frango. As coisas aqui parecem ser temperadas com mel, de tão doces. Não podíamos pegar coisas do refeitório e trazer pro quarto, mas assim o fizemos. Hermana enfiou a maçã inglesa e manteigas pra passar no biscoito debaixo da blusa, e fomos embora (antes tivesse deixado a fruta lá, porque metade foi pro lixo hahaha).Que feio, hein? Diria minha mãe. Mariana foi para o Church Pub, que fica bem perto de onde estamos, com nosso amigo novo espanhol que é a cara do Paulo Ricardo e eu não fui. Fiz meu homework com a esperança de amanhecer menos analfabeta pra aula de amanhã. Ainda não deu tempo de fazer o tour por London, amanhã temos aula de nove e meia às 5 da tarde. A noite vamos em uma festa que a escola está dando: 5 libras por 4 horas da nossa primeira diversão em London City. Oh, men! Nós merecemos! HAHAHAHA!!!

Saudades...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Perdidas em London

Literalmente perdidas em London. Depois de muitos preparativos, dores de cabeças e muuuita burocracia durante os últimos três meses no Brasil, cá estamos eu e minha hermana em Londres. Sentadas na sala GIGANTE de convivência da nossa acomodação que fica há apenas 15 minutos da nossa escola. O dia começou agitado. Aliás, o dia nem acabou porque foram 11 horas sem dormir dentro do avião rumo a essa nossa new life. Saimos de BH ontem às cinco da tarde, paramos em Lisboa às 7 da manhã (horário local, menos quatro horas do Brasil) e pegamos conexão para London. Chegamos no aeroporto com meia hora de antecedência. O meu frio na barriga para passar pela imigração estava insuportável. Mas, acabamos vivenciando tudo ao contrário do que todos disseram que íamos viver ali. Preenchemos um papel com nossos dados, endereço de onde ficaremos aqui, visto, dia que vamos embora. Fomos tremendo receber o carimbo. Perguntaram o que íamos fazer aqui: "study english, UAI". Pegamos nossas bagagens e fomos em direção à saída. Um negro, tipo de africano, pura simpatia, nos laçou e perguntou se éramos imigrantes. Ele pegou nossa mala, fingiu que passou pelo raio x e pasmem, nem olhou nada. Brincou com a gente, olhou pro meu passaporte e perguntou That' s you? You sure? e depois disse que eu tenho cara de que apronto muito (mal sabe ele que nem passo perto disso) e deu tchau. Cadê a tal da chapa no pulmão que a Ludi (nossa amiga que está aqui há dois meses)tirou quando chegou aqui? E as hoooras a fio de entrevistas? Nothing. Anything. Saimos felizes e satisfeitas rumo ao nosso novo lar. Entretanto, eis que não encontramos o motorista que ia nos buscar. Tomou o chá das cinco de sumiço e nos fez ficar TRÊS horas esperando. Sorte que encontramos uma boa alma para nos ajudar. Uma menina brasileira que mora aqui foi buscar sua mãe portuguesa que veio vistá-la (hein?) e ligou pra gente pra emergência do taxi. Mesmo assim, esperamos todo esse tempo. Ele chegou e estávamos acabadas. Nos levou direto para a escola (que fica longe pra burro do aeroporto). Fizemos o teste de inglês. God! Help me! Até entendo um bocado da língua, mas falar? Vi que sou analfabeta. Putz! E como é ruim isso. Não tenho palavras para explicar a frustração, a incapacidade da "incomunicação" entre duas ou mais pessoas de nacionalidades diferentes. A minha hermana ficou em classe diferente da minha, porque o inglês dela é mais avançado que o meu. Mais essa, cruzes!Que medo. Enfim. Depois de muito cansaço e muuuuita fome, pegamos um taxi (por causa das nossas imensas bagagens) que nos levou a nossa residência. Pagamos 15 pounds :O e olha que a escola fica a apenas 15 minutos de caminhada dela. Se você pensa em ir pra Londres ficar um tempo como eu, prepare seu bolsinho! Aqui é tuuuudo caro e você tem que pagar por tudo. Conhecemos nosso quartinho, a lavanderia e a academia da residência onde ficaremos por um mês. Para usar a máquina de lavar temos que pagar 1 pound. Para usar o wirelles, mais 25 (ao menos esse valor vale por 30 dias), na hora de saber por quanto teria que comprar a minha boa forma na academia pobre dela, saí correndo. E percebi que posso fazer isso de graça pelas ruas de London (risos). É o jeito. Vai ter que ser. Fizemos amizade com um brasileiro que está aqui há 4 meses. Tomamos banho e fomos jantar pontualmente às six o´clock. Batata e frango. Dizem que o cardápio não vai muito além disso. Frutas! Sim. Tem frutas. Hoje comi kiwi. O cara que nos serve coloca muuuita comida no prato e parece que está alimentando um batalhão, ou presidários, sei lá. Aiiiiaiiii meus sais. Odeio jantar. Já estou acima do peso. A academia é cara. Fruta é cara. Vou ver o que fazer para não voltar rolando para o Brasil. Se bem que poderia vender minha passagem e economizar quase mil dólares voltando pra casa dessa maneira hahaha. O novo amigo brasileiro nos deu várias dicas de como gastar menos.Vamos tentar gravá-las. Aliás, fica difícil gravar as coisas por aqui. É taaaanta coisa. E passadas in english então. Ah! Tem mais: antes de ligar meu notebook descobri que tenho que comprar um adaptador para encaixar os carregadores nas tomadas. Mais 3 pounds. Vai fazendo as contas aí, hahaha. E hoje é apenas o fisrt day. E cá estou eu ainda sentada escrevendo, com os olhos fechando de sono. São dez horas. Em ponto. E ainda está escurecendo. Tem um espanhol com muito sotaque conversando com a gente, muitas japonesas e australianas (ou sei lá da onde) bailarinas desfilando pelo corredor, duas italianas falantes e frenéticas na mesa central, uma pianista de não sei qual país mostrando que sabe tocar pacas o piano que fica no canto da sala e mais três pessoas nos únicos dois computadores da residência numa alegria só (ver demonstrações de muita alegria em inglês é, no mínimo, engraçado). É tudo muito novo. Muito diferente. Tive vontade de voltar pra casa várias vezes e me perguntei mais um milhão: o que estou fazendo aqui?Mas estou aqui. Tive essa coragem, coisa que nunca imaginei ter. Tá certo que com minha irmã ao meu lado, ficou mais fácil. Mas sair de casa e viver em um país distante e muito diferente do nosso é a loucura mais sensata que alguém pode fazer na vida. E eu fiz. Espero que me acustume rapidinho com as diferenças, as milhares de pessoas de milhares de países diferentes, que eu me supere a cada dia, que eu aprenda essa língua chata e universal que é o inglês (hoje acabei tento a total certeza disso) e que tenha sempre a integridade para agradecer aos meus PAIS por essa oportunidade única. Pode ter certeza que eu vou usá-la com muita saúde. Eu amo vocês, viu? E já estou com IMENSAS saudades. Obrigada a todos aqueles que estavam ao meu lado e me apoiando SEMPRE! Continuarei escrevendo por aqui, até porque, escutando taaaanto o inglês tenho medo de esquecer do meu português (risos).
See ya! Im going to sleep.Tomorrow is gonna be a new day!